Quais indústrias têm maior potencial de automação nos próximos anos?

O progresso tecnológico modificou muito a forma e a natureza do trabalho ao longo da história: da agricultura e oficina artesanal para a manufatura e mecanização dos séculos XVIII e XIX; a estrutura de processos e divisão do trabalho nas linhas de montagem no início do século XX; a expansão e diversificação dos serviços durante o século XX e no início deste.

Observa-se que, ao longo da história, o processo de destruição criativa causado pelas invenções tecnológicas resultou em grande ganho de produtividade, porém, causou também realocações abruptas de riqueza, desemprego em massa de determinados grupos (por semelhança ocupacional, perfil demográfico, etc.) e obsolescência de empresas ou mesmo cadeias produtivas inteiras. Este avanço desafia a sociedade a refletir sobre como governos, empresas, e indivíduos devem agir para que as mudanças tecnológicas consigam gerar eficiência sem rupturas sociais danosas.

Com o intuito de apoiar os agentes da sociedade a se anteciparem a estes efeitos, a Stratigital by Mirow&Co., publicou a pesquisa “Probabilidade de Automação: Como diferentes mercados e ocupações serão afetados no Brasil?”

Tendo como ponto de partida pesquisas da Universidade de Oxford e da UFRJ, além da empresa alemã iTonics, mensuramos o provável impacto da automação em cada profissão no mercado brasileiro, considerando a popularização de tecnologias já existentes. Utilizando bases públicas de dados, conseguimos medir o mesmo impacto por indústria e para o mercado todo.

Os resultados chamam atenção pelo impacto: 60% das vagas ocupadas formalmente no mercado de trabalho brasileiro em 2020 tem alta probabilidade de serem automatizadas com as tecnologias já existentes, contra 48% no mercado norte-americano (gráfico abaixo).

Quando analisamos o impacto nas diferentes indústrias, notamos alguns setores que provavelmente experimentarão mudanças significativas na composição de sua força de trabalho.

O agronegócio, primeiro da lista, já vem passando por um processo de mecanização e robotização nas colheitas, substituindo trabalhadores braçais. Este fluxo tende a se intensificar e se estender das grandes propriedades para o pequeno produtor, com o barateamento das tecnologias de ponta.

Os setores de comércio e serviços, maiores empregadores no Brasil, também apresentam grande parte de sua força de trabalho com alta probabilidade de automação gerada principalmente pelo surgimento de tecnologias de inteligência artificial aplicada a funções até então demasiadamente dinâmicas para serem automatizadas (bons exemplos são a condução de veículos e atendimentos a clientes em call centers). O estudo não leva em consideração o custo dos fatores, mas apenas a viabilidade técnica de substituição. Tampouco levam em consideração ativismo político para a adesão (ou não) das tecnologias. Portanto, as curvas de adoção dependem do contexto de cada mercado e indústria.

A Stratigital pode ajudar sua empresa no diagnóstico da maturidade digital e de automação.

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